Era uma vez a menina avoada. A menina avoada era assim chamada por todos no lugarzinho onde morava porque, desde sempre, quando ainda era bem pequena, era dada às esquisitices.
Gostava de gatos, palavras, lua, rimas, baú e bigodes.
Em dias de chuva, sentia uma vontade meio esquisita de voar pelo afora e como não podia satisfazia-se em ouvir o canto dos passarinhos, soltar pipa, e ouvir os discos que sua mãe colocava na vitrola.
É que a menina sentia um sabor de saudade em tudo o que a rodeava. Até pra escola a menina carregava saudades!
Tanto que foi baú a primeira palvrinha que escreveu.
A menina avoada foi crescendo e a saudade teimava em estar presente em todos os espaços que ela frequentava. Foi aí que um dia a menina deu de cara com umas palavras que a tomaram por inteiro.
Palavras. Palavras, apenas. Mas escritas de um jeito especial.
Quanto mais a menina lia, mais sentia vontade de voar. É, de voar pelo afora.
E foi então que a menina avoada descobriu que tudo aquilo se chamava POESIA.

A menina avoada descobriu que não podia mais viver sem poesia em suas horas. E assim, saiu pelo mundo afora em busca de poesia.
Começou a ver poesia em coisas tão simples e que estavam bem perto dela: na beleza do sol que nasce, no cheiro do café que a mãe preparava, no rabo dançante do cachorro feliz, no cheiro dos livros novos... ah! e em tantas coisas mais.
Aqui, aos 13 anos, em um Festival de Violeiros em Campina Grande - PB
ao lado do grande mestre Ivanildo Vilanova
Procurou poesia nas rimas tão bem pensadas e desafiadoras dos violeiros repentistas.Aos 15 anos ao lado do grande Sivuca
Na beleza das canções e de todas as suas belas notas.
E de tanto caminhar pelo mundo procurando por ela, pela poesia, conheceu outras pessoas, bem especiais, que assim como a menina avoada também procuravam pela poesia em cada instante de vida.Grupo Casarão de Poesia no comecinho... ixi! Aí já estava nascendo uma linda história
E ao lado dessas pessoas tão especiais continou a seguir por esta vida carregados da certeza que
"a poesia purifica a alma e um belo poema, ainda que de deus se aparte",
um belo poema sempre leva a deus"
Casarão de Poesia em apresentação da performance "e o que é a Poesia?" na Aliança Francesa






Sei que haverá quem diga: "Mas que menina exibida! Egocêntrica.
Ah... mas é mesmo só uma vontadezinha de falar um pouquinho de mim, tá?
E a quem pensar assim, eu respondo como um amigo meu sempre dizia: "ôxi! qué que tem?!"
Beijos a todos,
Luma Carvalho